Na Escola Municipal de Ensino Fundamental Núcleo Habitacional Dunas (Emef), no bairro Areal, o amor pela astronomia começou cedo. Toda sexta-feira, meninos e meninas de sete a 12 anos participam do projeto Astronomia, Astronáutica e Lançamento de Foguete, idealizado por uma professora da instituição. A rotina de estudos sobre este tema, um tanto quanto complexo para alunos tão novos, teve resultados reconhecidos. Quinze alunos foram premiados na 21ª Olimpíada de Astronomia e Astronáutica (OBA) e na 12ª Mostra Brasileira de Foguetes (Mobfog), evento que envolve escolas públicas e privadas do país inteiro.

O projeto começou em 2012, quando apenas eram aplicadas provas para testar o conhecimento acerca do tema. Já no ano seguinte, a ideia foi aprimorada e contou com o apoio da prefeitura de Pelotas, para complementar a carga horária. A professora Aline Andersson Rodrigues foi quem elaborou e organizou as turmas. Por um período, ela lecionou no Espírito Santo. A escola em questão possuía vínculo com a OBA e incentivava os alunos a participar das competições. Ao retornar a Pelotas, sentiu que era necessário cultivar o mesmo hábito de participação. “Abracei essa causa para tentar trazer medalhas”, explica.

Foi assim que surgiu o Astronomia, Astronáutica e Lançamento de Foguete. Toda sexta-feira, das 13h30min até as 21h, a Emef recebe os estudantes, que são divididos em grupos de acordo com seus respectivos anos.

Uma apostila foi desenvolvida pela professora para orientar os estudos. Eles aprendem um pouco mais sobre o português, aprimoram suas habilidades matemáticas e desenvolvem o raciocínio lógico. E, claro, os conceitos de astrofísica são ensinados. A parte prática envolve a observação de estrelas e o lançamento de foguetes. A iniciativa, além de trazer sabedoria, incentiva as crianças a irem à escola em turno inverso.

São mais de 60 pessoas envolvidas. Há alunos que participam há mais de um ano, afirma Aline. Eles são esforçados e não faltam a uma aula sequer. É um desafio para os pequenos estudar um assunto que exige a compreensão de conceitos como ângulos, pressão e aceleração, assim como é para a professora ensiná-los.

Leva alguns meses para entrar no concurso e se preparar para a realização de provas e estruturação dos equipamentos. “É um trabalho em equipe”, completa. É gratificante ver que toda a energia colocada neste trabalho está sendo reconhecida e isso incentiva a turma a encarar novos desafios. O foguete construído neste ano utiliza pressão e água para voar, e já está sendo aprimorado.

Para 2019
O grupo já se organiza para a olimpíada e mostra de foguetes do ano que se aproxima. Neste ano, foram 16 medalhas conquistadas. Portanto, a meta é não baixar o rendimento e conseguir um número igual ou superior de prêmios. Segundo a professora, a expectativa é de que os equipamentos construídos atinjam a mesma distância e, de preferência, ultrapassem.

Premiação
Os alunos que representaram a cidade na Olímpiada de Astronomia e Astronáutica e na Mostra de Foguetes terão sua conquista reconhecida em uma cerimônia que será realizada no dia 30 deste mês, às 10h30min, na Secretaria de Educação e Desporto (Smed). Além dos vencedores do Núcleo Habitacional Dunas, o estudante Enzo Charnaud, da Emef Nestor Elizeu Crochemore (situada na Vila Nova, zona rural de Pelotas), conquistou uma medalha de prata na OBA. Para que a espera não fosse tão longa, os pequenos receberam medalhas simbólicas esta semana, feitas pela professora Aline.

Medalhistas do município na OBA
Arthur Souza Vergílio (ouro)
Gustavo Moreira Alves (ouro)
Cristian Nolasco Pinto (ouro)
Carolina Torres Campos (ouro)
Enzo Storch Charnaud (prata)
Luiz Carlos Kauffmann (ouro)
Raí de Cunha da Rocha (prata)
Sara Costa Reis (prata)
Lázaro Soares de Bittencourt (prata)
Maurício Pereira Barbosa (bronze)
Gabriel Ribeiro Ferreira (ouro)
Maiara Soares Cardoso (prata)

Medalhistas do município na Mobfog
Luana Borges Prestes (ouro)
Thiago Chollet Amaral (ouro)
Wendell Soares Rodrigues (ouro)
Bryan de Paula Duarte (ouro)